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O melhor professor de empreendedorismo é você mesmo.


Semana passada eu comprei uma revista que trazia reportagens sobre o mundo das cervejas. Os artigos abordavam diversos temas, como as principais “escolas” cervejeiras e dicas sobre como produzir cerveja em casa.

Aprendi que existe a “escola” européia - mais tradicional, formada pelas fábricas e métodos de produção da Alemanha e Bélgica, por exemplo. Também li sobre os produtores Norte Americanos, considerados mais modernos, que dão força ao movimento das microcervejarias.



A outra reportagem que me chamou a atenção era sobre como produzir cerveja em casa. #voufazercerveja!, pensei na hora. Empolgado com as possibilidades, comecei a tomar notas aleatórias sobre o que enfrentaria para ter uma mini-fábrica:

• Quem são as pessoas e livros que preciso ter contato?
• Onde vou produzir e onde vou estudar sobre o assunto?
• Quanto tempo e dinheiro preciso para fabricar o primeiro lote?
• Como lidar com a frustração que vou encontrar durante o processo?
• Como lido com as partes chatas desse trabalho?
• Com quem vou tirar as dúvidas que terei?
• Preciso fazer algum teste para conhecer minha habilidade atual?
• Assim que produzir os primeiros lotes, como ganho dinheiro com isso?

Alguns vão dizer que a última questão é a mais “empreendedora” de todas, talvez a única que trata do assunto. Mas por que esse tópico – ganhar dinheiro – apareceu na minha lista? Afinal, meu objetivo principal é produzir cerveja, não vender. Pensando um pouco sobre isso, cheguei à uma conclusão.


Ao iniciar um projeto de aprendizagem na área “da cevada,” eu automaticamente comecei a me imaginar conversando com os melhores mestre-cervejeiros, lendo os principais blogs e revistas sobre o assunto. Em alguns meses, pensei, minha produção estaria boa o suficiente à ponto de meus amigos oferecerem dinheiro em troca de algumas das garrafas.

Conforme o tempo passar, continuei, vou visitar feiras especializadas, conversarei com distribuidores internacionais e trocarei experiências sobre como melhorar os lotes que estragaram.

Embora esse seja um cenário de médio e longo prazo, antes de produzir comercialmente e me dedicar tempo integral à nova empreitada, preciso aprender o básico sobre como produzir com qualidade. E qualidade é algo relativo.


Eu e meus amigos podemos aceitar uma cerveja mediana, regular. Por outro lado, assim que o público geral entrar em contato com o produto, eles irão comparar com outras marcas e experiências que tiveram. Logo, eles não terão a mesma paciência.

Se eu quiser me destacar e transformar meu hobby em profissão, preciso aprender sobre a dinâmica do mercado que vou atuar, os recursos necessários e desenvolver habilidades como controle e planejamento.

Como existem inúmeros estágios a serem completados, em cada um deles vou precisar de um apoio específico. Além disso, quanto mais eu me especializar no assunto, mais terei dúvidas detalhadas.

Após pensar bastante, cheguei à conclusão que minhas dúvidas são as de um iniciante. Assim, vou começar a procurar por conta própria videos no Youtube, textos e cursos gratuitos na internet. Após ganhar um pouco de experiência, vou marcar um bate-papo com um grupo de especialistas que se reúne mensalmente em um bar perto de casa.


Também fiquei sabendo sobre uma feira de cervejas artesanais que acontece na Alemanha. Para mim, é muito cedo para gastar dinheiro com isso, já que quero ter uma noção melhor sobre o assunto antes de investir alguns milhares de dólares na viagem.

O que vou fazer, enfim, é pegar a lista de perguntas que escrevi acima e apresentar à pessoas próximas. Conforme recebo feedback das respostas, eu aprendo e peço indicações sobre outras pessoas com quem possa conversar.

Nesse meio tempo, você está convidado(a) à degustar comigo o primeiro lote.
--

THIAGO DE CARVALHO é mestre em ensino de negócios pela Universidade de Nova York, professor de Empreendedorismo do Insper e idealizador da Metodologia QEMP.


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